domingo, 9 de dezembro de 2007

Cabo Finisterre, o primeiro naufrágio


Desciamos lestos a Costa da Morte desde La Rochelle quando fomos abalroados por um arrastãozito Galego, mesmo ao largo de Finsterre.
Água aberta pela primeira vez na minha carreira de embarcadiço, a coisa estava preta, íamos ao fundo em menos de duas horitas.
Evacuação geral, cozinheiro também. Foi o diabo para o gajo largar um estufado de lulas que estava a apurar desde a Corunha, mas o Capitão, por fim, lá o convenceu que podia retomar o estufado depois de Corcubion.
Todos saltamos para as balsas, com um Mar de 3 metros e vento de SW força 5.
Azar dos camandros, a minha balsa estava rota, o ar perdia-se por um rasgão mesmo em cima da linha de água.
Felizmente o quite de emergência estava lá, com instruções e tudo. E tinha remendos tip top.
Li apressado as instruções, diziam para aplicar a cola em superficie limpa e seca. Limpa e seca, questionei, estes gajos ou são doidos ou são do benfica.
Ok, tivemos sorte, o tipo da traineira que nos viria a salvar em frente à Roca passava, por acaso, por aqueles lados e tirou-nos do mar, a mim e aos outros quatro da balsa e levou-nos até às Cyes, mas já aqui tivemos de fazer o resto da viagem a nado, o gajo era quilhado, a nado que nos fazia bem, dizia.

(Para a próxima vou ensinar-vos como a Terra está dividida 25 , ou serão 26?!, meridianos horários. Tenho aqui em casa um livro que explica isso muito bem)

4 comentários:

Anónimo disse...

É impressão minha ou o Capitão tem um estilo tão livre que acção é, subitamente, desviada de lugar a seu bel prazer?
Na,deve ser impressão minha.
Mas pode fazer Escola!

Anónimo disse...

Capitao

con este primeiro naufraxio, terceiro relato, tenme moi intrigado; sobor de todo ca identidade do tipo da traineira salvadora, xa e a segunda vez que aparece nos seus relatos. Non sera un tipo barbado de cabelo roxo que eu coñecin anos mais tarde na Patagonia Chilena adicandose ao contrabando de todo tipo de mercadorias?; el faloume no porto de Valparaiso de varios episodios nestas costas cas mesmas caracteristicas que vostede conta, pois ao final os salvados sempre remataban mollados.

Saudinhos e parabens

Raquel Sabino Pereira disse...

Assunto: I Grande Sorteio «Cultura Marítima» da Amizade Luso-Galega!...

Peço-vos que vão todos votar SIM no questionário que colocámos na coluna da direita do Atlântico Azul e na coluna da esquerda da Singradura da Relinga!!!

CELTA MORGANA disse...

Capitão Vasco: continue na escrita. Todos os meus capilares se erguem, com tamanha emoção relatada.