Mas a conversa azedou.
Arribados a Kandang, o nosso imediato sr Pardal que
inicialmente tinha achado alguma graça
ao nosso piloto, ao reparar num certo esgar algo malicioso na cara do rapaz a desembarcar,
interpretou-o como gozo, e não gostou.
Vieram a lume discussões antigas nos bares da Malásia e nos lupanares de Singapura, com o mesmo
piloto, e daí até se ameaçarem mutuamente, foi um ápice.
Por sorte entrou naquele preciso momento na camarinha o
Mestre Tobias que vinha fazer a sua visita ao sobrinho e, porque não dizê-lo,
receber a sua ‘avença’ do nosso armador.
O Mestre Tobias tinha sido contratado pelo governo indonésio
para formar mestres de traineiras para a pesca da sardinha no indico. Mas, com
a sardinha não abundava por aqueles mares e , diga-se, também não era muito
apreciada por aquelas bandas, tinha aberto, à sociedade com um general
indonésio, uma casa de diversão nocturna que tinha alcançado grande fama e
grande êxito entre os locais e também entre os embarcadiços que rumavam aquelas
remotas paragens.
A calma e ponderação do Mestre Tobias eram proverbiais,
também os favores que lhe devíamos o eram, e rapidamente pôs fim à querela ali
gerada, e fomos todos juntos assistir a um espectáculo de danças e massagens
orientais.